terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Capitulo excluido: Twilight - dia do baile (estendido)

Twilight - dia do baile ( estendido)

"Quando é que você vai contar o que tá acontecendo,
Alice?"
"Você vai ver, seja paciente", ela
ordenou, sorrindo diabolicamente.
Nós estávamos na minha caminhonete, mas ela estava
dirigindo. Mais três semanas e eu ia tirar o gesso da minha perna, e aí eu ia
bater o pé no chão muito firmemente sobre esse negócio de motoristas. Eu
gostava de dirigir.
Já era fim de Maio, e de alguma forma as terras ao
redor de Forks encontraram um jeito de ficarem ainda mais verdes. Era lindo, é
claro, e eu estava de alguma forma começando a me apegar com a floresta, na
maior parte isso se dava ao fato de que eu passava muito mais tempo lá do que o
normal. Nós ainda não éramos exatamente amigos, a natureza e eu, mas estávamos
nos aproximando.
O céu estava cinza, mas isso era bem vindo também.
Estava de um cinza perolado, nem um pouco escuro, não estava chovendo, e quase
estava aquecido o suficiente pra mim. As nuvens eram grossas e seguras, o tipo
de nuvens que haviam se tornado um prazer pra mim, por causa da liberdade que
elas garantiam.
Mas apesar dos arredores agradáveis, eu estava mesentindo nervosa. Parcialmente por causa do comportamento estranho de Alice.


Ela tinha absolutamente insistido em um dia de garotas nesse Sábado de manhã,
me dirigindo até Port Angeles pra que nós tivéssemos manicure e pedicure, se
recusando a me deixar usar o tom claro de rosa que eu queria, ordenado ao invés
disso, que a manicure usasse um tom vermelho chamativo - chegando ao ponto de
querer que eu pintasse as unhas do meu pé que estava com o gesso.
Aí ela me levou pra comprar sapatos, apesar de eu só
poder experimentar um pé de cada par. Sob os meus estrênuos protestos, ela me
comprou um par dos sapatos mais impraticáveis, caros demais com um salto agulha
- eram coisas que pareciam perigosas, seguros apenas por laços de fita grossos
que se cruzavam no meu pé e eram apertados num grande laço na parte de trás do
meu calcanhar. Ele era de um azul profundo, cor de jacinto, e eu tentei
explicar em vão que não tinha nada pra usar com eles.
Mesmo com o guarda-roupa embaraçosamente cheio de
roupas que ela comprou pra mim em Los Angeles - a maioria delas muito finas pra
eu usar em Forks - eu tinha certeza de que não tinha nada desse tom. Mesmo se
eu tivesse alguma coisa desse tom no meu guarda-roupa, minhas roupas não
combinavam muito bem com saltos agulha. Eu não combinava com saltos agulha - eu
mal podia caminhar em segurança andando de meias. Mas a minha lógica
inexpugnável foi desperdiçada com ela. Ela nem discutiu de volta.
"Bem, eles não são da Biviano, mas eles vão ter
que servir", ela murmurou afobada, e depois não falou mais nada enquanto
empurrava o seu cartão para os empregados com cara de impressionados.
Ela comprou o meu almoço pela janela em um drive
thru de um fast food, me dizendo que eu tinha que comer no carro, mas se
recusando a me explicar o porque da pressa. Sem mais, no caminho de casa eu
tive que lembrá-la várias vezes que o meu carro não podia ter a performance de
um carro esporte, mesmo com as modificações de Rosalie, e pra por favor dar uma
folguinha á pobre coisa. Geralmente, Alice era a minha motorista favorita. Ela
não se incomodava em ter que dirigir a apenas vinte ou trinta quilômetros acima
dos limites de velocidade, do jeito que outras pessoas não pareciam ser capazes
de fazer.
Mas a agenda obviamente secreta de Alice era só a
metade do problema, é claro. Eu também estava pateticamente ansiosa porque eu
já não via o rosto de Edward a quase seis horas e esse era um recorde nesses
mais de dois meses.
Charlie estava sendo difícil, mas não impossível.
Ele estava acostumado á presença constante de Edward quando ele voltava pra
casa, e nada encontrava nada do que reclamar quando nos via sentados na mesa da
cozinha fazendo o dever de casa - ele até parecia gostar da companhia de Edward
quando os dois gritavam juntos assistindo os jogos da ESPN. Mas ele não havia
perdido nem um pouco da sua consternação original quando ele segurava a porta
pra Edward sair precisamente as dez horas nas noites de semana.
É claro, Charlie era completamente inconsciente da
habilidade de Edward de devolver seu carro a sua casa e entrar pela minha
janela em dez minutos.
Ele era muito mais agradável com Alice, ás vezes
chegava a ser embaraçoso. Obviamente, até que eu tivesse o meu grosso gesso
removido e trocado por alguma coisa mais manuseável, eu precisava da ajuda de
uma mulher. Alice era um anjo, uma irmã; toda noite e toda manhã ela aparecia
pra me ajudar com a minha rotina diária.
Charlie estava enormemente agradecido por se livrar
do horror de ter uma filha quase adulta precisando de ajuda pra tomar banho -
esse tipo de coisa estava muito longe da sua zona de conforto, e da minha
também, pra falar a verdade. Mas era por mais que gratidão que Charlie chamava
ela de "Anjo" como apelido, e observava ela com olhos fascinados
enquanto ela dançava sorrindo pela casa pequena, iluminando ela.
Nenhum humano podia deixar de se sentir afetado com
a sua fascinante beleza e graça, e quando ela saia pela porta com um aficionado
"Te vejo amanhã, Charlie", ela o deixava deslumbrado.
"Alice, nós vamos pra casa agora?", eu
perguntei agora, nós dias entendendo que eu estava me referindo á casa branca
perto do rio.
"Sim", ela sorriu, me conhecendo bem.
"Mas Edward não está lá".
Eu fiz uma carranca. "Onde ele está?"
"Ele tinha algumas incumbências a tratar".
"Incumbências?", eu repeti vaziamente.
"Alice", o meu tom se tornou implorativo. "por favor, me diga o
que está acontecendo".
Ela balançou a cabeça, ainda com um sorriso largo.
"Eu estou me divertindo demais", ela explicou.
Quando nós chegamos em casa, Alice me levou direto
lá pra cima, para o banheiro que era do tamanho de um quarto. Eu me surpreendi
por encontrar Rosalie lá, esperando com um sorriso celestial, em pé atrás de
uma cadeira baixa, cor de rosa.
Uma gigantesca fileira de ferramentas e produtos
estava em cima da pia comprida.
“Sente”, Alice comandou. Eu a levei em consideração
cuidadosamente por um minuto, e depois, decidindo que ela estava preparada pra
usar a força se fosse necessário, eu manquei até a cadeira e me sentei com toda
a dignidade que pude. Rosalie imediatamente começou a pentear o meu cabelo.
"Eu não acho que você vá me dizer o porquê de
tudo isso", eu perguntei pra ela.
"Você pode me torturar", ela disse
absolvida com o meu cabelo, "mas eu nunca vou falar". Rosalie segurou
a minha cabeça na pia enquanto Alice esfregava um shampoo na minha cabeça que
tinha cheiro de menta e grapefruit. Alice esfregou as mechas molhadas
furiosamente com uma toalha, e depois espalhou quase uma embalagem inteira de
alguma coisa - isso tinha cheiro de pepino - nas mechas úmidas e me enxugou de
novo.
Depois elas pentearam a bagunça rapidamente; o que
quer que fosse a coisa de pepino, aquilo fez o emaranhado se comportar. Eu
posso querer comprar uma coisa daquelas. Cada uma delas agarrou um secador e
começou a trabalhar. Enquanto os minutos se passavam, e elas continuavam
descobrindo novas mechas de cabelo molhado, os rostos delas começaram a
aparentar ficar um pouco preocupados. Eu sorri alegremente. Uma coisa que os
vampiros não podiam apressar.
"Ela tem muito cabelo", Rosalie comentou
com uma voz ansiosa.
"Jasper!", Alice disse claramente, mas não
alto, "Me traga outro secador de cabelo!" Jasper veio resgatá-las, de
alguma forma aparecendo com mais dois secadores, que ele apontou para a minha
cabeça, profundamente divertido, enquanto elas continuavam com seus próprios
trabalhos.
"Jasper..." Eu comecei esperançosamente.
"Desculpe, Bella. Eu não tenho permissão pra
dizer nada".
Ele escapou alegremente quando tudo já estava seco -
e fofo. O meu cabelo estava uns três centímetros afastado da minha cabeça.
"O que vocês fizeram comigo?", eu
perguntei horrorizada. Mas elas me ignoraram, puxando uma caixa de rolinhos
quentes.
Eu tentei convencê-las de o meu cabelo não cacheava,
mas elas me ignoraram, colocando alguma coisa de um tom amarelo estranho em
cada uma das mechas antes de enrolá-las nos rolinhos quentes.
"Vocês encontraram sapatos?", Rosalie
perguntou intensamente enquanto elas trabalhavam, como se a resposta fosse de
vital importância.
"Sim- eles são perfeitos", Alice ronronou
de satisfação.
Eu observei Rosalie pelo espelho, balançando a
cabeça como se um enorme peso tivesse sido tirado dos seus ombros.
"Seu cabelo está legal", eu reparei. Não
que ele não estivesse sempre perfeito - mas ela o tinha prendido pra cima essa
tarde, criando uma coroa de cachos macios dourados no topo da cabeça dela.
"Obrigada", ela sorriu. Elas haviam
começado com a segunda leva de cachos agora. "O que você acha de
maquiagem?", Alice perguntou.
"É um saco", eu ofereci. Elas me
ignoraram.
"Ela não precisa de muita - a pele dela fica
melhor limpa", Rosalie pensou.
"Porém, batom", Alice decidiu.
"E rímel, e delineador de olhos", Rosalie
adicionou, "só um pouco".
Eu suspirei alto, Alice riu. "Seja paciente,
Bella. Nós estamos nos divertindo".
"Bem, já que vocês estão", eu murmurei.
Elas tinham prendido todos os cachos apertados e
desconfortáveis na minha cabeça agora. "Vamos vesti-la". A voz de
Alice estava alegre de antecipação. Ela não esperou que eu saísse do banheiro
com as minhas próprias pernas. Ao invés disso ela me pegou no colo e me levou
até o quarto grande e branco de Rosalie e Emmett. Na cama, havia um vestido.
Azul cor de jacinto, é claro.
"O que você acha?", Alice chiou.
Essa era uma boa pergunta. Ele era levemente
frisado, aparentemente era pra ele ser usado bem abaixo dos ombros, com longas
mangas decoradas que se grudavam nos pulsos. O alegre espartilho era decorado
com outro tom, com flores pálidas, de jacinto azul, que se pregueavam pra
formar uma fina linha no lado esquerdo.
O material florido era longo nas costas, mas se
abria na frente em cima de várias formas de cor de jacinto, que iam se tornando
de um tom mais claro enquanto iam descendo mais.
"Alice", eu gemi. "Eu não posso usar
isso!"
"Porque?", ela quis saber com uma voz
dura.
"O top é completamente transparente!"
"Isso vai por baixo", Rosalie segurou uma
peça completamente ominosa, de um azul pálido. "O que é isso?", eu
perguntei temerosamente.
"É um corpete, bobinha", Alice disse,
impaciente. "Agora você vai colocar isso, ou eu vou ter que chamar Jasper
pra ele te segurar enquanto eu faço isso?", ela ameaçou.
"Era pra você ser minha amiga", eu acusei.
"Seja boazinha, Bella", ela suspirou,
"Eu não me lembro de como é ser humana e eu estou me divertindo muito
aqui. Além do mais, é pro seu próprio bem".
Eu reclamei e corei muito, mas elas não levaram
muito tempo pra me enfiar no vestido. Eu tinha que admitir, o corpete tinha as
suas vantagens.
"Uau", eu respirei, olhando pra baixo.
"Eu tenho um colo".
"Quem poderia ter adivinhado", Alice
gargalhou, deliciada com o trabalho dela. No entanto, eu não estava
completamente vendida.
"Você não acha que esse vestido é um pouco...
eu não sei, avançado demais... pra Forks?", eu perguntei hesitantemente.
"Eu acho que as palavras que você está
procurando são alta costura", Rosalie riu.
"Não é pra Forks, é pra Edward", Alice
insistiu. "Está exatamente certo".
Aí elas me levaram de volta para o banheiro,
retirando os rolinhos com mãos voadoras. Pra meu choque, cascatas de cachos
foram caindo. Rosalie colocou a maior parte deles pra cima, cuidadosamente
enrolando eles em anéis que fluíam com linhas grossas nas minhas costas.
Enquanto ela trabalhava, Alice rapidamente pintava uma linha fina embaixo dos
meus dois olhos, colocou rímel, e espalhou batom vermelho cuidadosamente nos
meus lábios. Aí ela saiu do banheiro e retornou prontamente com os meus
sapatos.
"Perfeitos", Rosalie respirou quando Alice
os segurou pra cima pra ela ver.
Alice me calçou com o sapato mortal como se fosse
uma expert, e aí olhou para o meu gesso com especulação nos olhos.
"Eu acho que fizemos o que podíamos", ela
balançou a cabeça tristemente. "Eu não acho que Carlisle nos
deixaria...?", ela olhou pra Rosalie.
"Eu duvido", Rosalie respondeu secamente.
Alice suspirou.
Nessa hora as duas levantaram as cabeças.
"Ele está de volta". Eu sabia a qual 'ele'
elas se referiam, e eu senti vigorosas borboletas no meu estômago.
"Ele pode esperar. Há uma coisa mais
importante", Alice disse firmemente. Ela me levantou de novo - uma
necessidade, eu tinha certeza de que não conseguiria andar com aquele sapato -
e me carregou para o quarto dela, onde ela cuidadosamente me colocou na frente
do seu espelho grande, largo, de multi faces.
"Ai", ela disse. "Está vendo?"
Eu encarei a estranha no espelho. Ela parecia muito
alta com o seu salto, com a longo, esbelta linha do vestido justo acrescentando
á ilusão. O espartilho decotado - onde a impressionante linha do busto captou a
minha atenção de novo - fazia o pescoço dela parecer muito longo, assim como a
longa linha de cachos brilhantes nas costas dela. A cor de jacinto do tecido
era perfeita, destacando a pele cor de marfim dela, e a cor rosada das
bochechas coradas dela. Ela estava muito bonita, eu tinha que admitir.
"Ok, Alice", eu sorri. "Eu
vejo".
"Não se esqueça", ela ordenou.
Ela me pegou de novo, e me carregou até o topo das
escadas.
"Se vire e feche os olhos!", ela ordenou
escada abaixo. "E fique fora da minha cabeça - não arruíne tudo".
Ela hesitou, caminhando mais devagar do que de
costume enquanto descia as escadas até que ela pôde ver que ele havia
obedecido. E aí ela voou pelo resto do caminho. Edward estava na porta, virado
de costas pra nós, muito alto e escuro - eu nunca tinha visto ele de preto
antes. Alice me colocou de pé, alisando o franzido do meu vestido, colocando os
cachos no lugar, e aí ela me deixou lá, indo se sentar no banco do piano pra
observar. Rosalie seguiu pra se sentar com ela na platéia.
“Posso olhar?" A voz dele estava intensa com a
antecipação - isso fez meu coração bater descompassadamente.
"Sim... agora", Alice dirigiu.
Ele se virou imediatamente, e ficou congelado no
lugar, seus olhos de topázio pareciam líquidos. Eu podia sentir o calor subindo
no meu pescoço e se alojando nas minhas bochechas. Ele estava tão lindo; eu
senti uma pontada do medo antigo, que ele fosse só um sonho, que ele não podia
ser real. Ele estava usando um smoking, e ele pertencia a uma tela de cinema,
não ao meu lado. Eu olhei pra ele com uma descrença fascinada.
Ele caminhou lentamente na minha direção, hesitando
a um passo quando chegou perto de mim.
"Alice, Rosalie... obrigado", ele respirou
sem tirar os olhos de mim. Eu ouvi Alice gargalhar de prazer.
Ele se aproximou, colocando uma mão embaixo da minha
mandíbula, e se aproximando pra pressionar seus lábios na minha garganta.
"É você", ele murmurou contra a minha
pele. Ele se afastou, e haviam flores brancas na sua outra mão.
"Frísia", ele me informou enquanto as
prendia nos meus cachos. "Completamente redundante, em se tratando de fragrância,
é claro". Ele se inclinou novamente, me olhando de novo. Ele deu o seu
sorriso de fazer o coração parar. "Você está absurdamente linda".
"Você roubou a minha fala", eu mantive a minha voz o mais suave que
consegui. "Bem quando eu consigo me convencer de que você é real, você
aparece desse jeito e eu estou com medo de que esteja sonhando de novo".
Ele me puxou rapidamente pros seus braços. Ele me
segurou bem próximo ao seu rosto, seus olhos em chamas quando ele me puxou
ainda mais pra perto.
"Cuidado com o batom!", Alice comandou.
Ele sorriu rebeliosamente, mas baixou sua boca para
o vão na minha clavícula.
"Você está pronta pra ir?", ele perguntou.
"Alguém vai me contar que ocasião é essa?"
Ele sorriu de novo, olhando por cima do ombro para as
irmãs. "Ela não adivinhou?"
"Não", Alice gargalhou. Edward riu
deliciosamente. Eu dei um olhar zangado.
"O que é que eu estou perdendo?"
“Não se preocupe, você vai descobrir logo
logo", ele me assegurou.
"Coloque ela no chão, Edward, pra que eu possa
tirar uma foto", Esme estava descendo as escadas com uma câmera prateada
nas mãos.
"Fotos?", eu murmurei, enquanto ele me
colocava cuidadosamente de pé no meu pé bom. Eu estava com um mau
pressentimento sobre isso. "Você vai aparecer no filme?" eu perguntei
sarcasticamente.
Ele sorriu pra mim.
Esme tirou várias fotos de nós, até que Edward
sorrindo insistiu que íamos nos atrasar.
"A gente se vê mais tarde", Alice disse
enquanto ele me carregava pela porta.
"Alice vai estar lá? Onde quer que lá
seja?" eu me senti um pouco melhor.
"E Jasper, e Emmett, e Rosalie".
Minha testa se enrugou de concentração enquanto eu
tentava deduzir o segredo. Ele achou graça da minha expressão.
"Bella", Esme me chamou. "Seu pai
está no telefone".
"Charlie?" Edward e eu perguntamos
simultaneamente. Esme me trouxe o telefone, mas ele o agarrou quando ela tentou
passá-lo pra mim, me segurando sem esforço com um braço só. "Ei!", eu
protestei, mas ele já estava falando.
"Charlie? Sou eu. Qual é o problema?" Ele
parecia preocupado. Meu rosto empalideceu. Mas depois a expressão dele ficou
divertida e depois perversa.
"Dê o telefone pra ele, Charlie - deixe que eu
fale com ele" O que quer que estivesse acontecendo, Edward estava se
divertindo um pouco demais pra que Charlie estivesse em algum tipo de perigo.
Eu relaxei um pouco.
"Olá, Tyler, aqui é Edward Cullen", a voz
dele estava amigável, na superfície. Eu o conhecia bem o suficiente pra
identificar o leve tom de ameaça. O que é que Tyler estava fazendo na minha
casa? A horrível verdade começou a descer em mim.
"Eu lamento se houve algum mal entendido, mas
Bella não está disponível essa noite", o tom de Edward mudou, e a ameaça
na voz dele estava repentinamente mais evidente enquanto ele falava. "Pra
ser perfeitamente honesto, ela vai estar indisponível todas as noites, em se
tratando de alguém que não seja eu mesmo. Sem ofensa. Eu lamento pela sua
noite" Ele não parecia lamentar nem um pouco. Depois ele fechou o
telefone, com um enorme sorriso no rosto.
"Você está me levando pra o baile!", eu
acusei furiosamente. O meu rosto e meu pescoço ficaram ruivos de raiva. Eu
podia sentir a raiva enchendo os meus olhos de lágrimas.
Ele não estava esperando a força da minha reação,
isso estava claro. Ele pressionou seus lábios e seus olhos escureceram.
"Não seja difícil, Bella".
"Bella, nós todos estamos indo", Alice
encorajou, repentinamente no meu ombro.
"Porque você está fazendo isso comigo?",
eu quis saber.
"Vai ser divertido", Alice ainda estava
brilhantemente otimista.
Mas Edward se curvou pra murmurar no meu ouvido, sua
voz aveludada estava séria. "Só se é humano uma vez, Bella.
Distraia-me".
Aí ele virou a força total dos seus olhos dourados
pra mim, fazendo a minha resistência derreter no calor deles.
"Tá bom", eu fiz biquinho, incapaz de
encará-lo com tanta eficiência como eu teria gostado. "Eu vou quietinha.
Mas você vai ver". Eu avisei mal humorada. "Essa é a má sorte com a
qual você esteve se preocupando. Provavelmente eu vou quebrar a minha outra
perna. Olhe pra esse sapato! É uma armadilha mortal!" eu levantei minha
perna pra provar.
"Hmmm", ele olhou para a minha perna por
mais tempo do que era necessário, e depois olhou pra Alice com os olhos
brilhando. "De novo, obrigado".
"Vocês vão se atrasar pra o Charlie", Esme
o lembrou.
"Tudo bem, vamos lá", ele me levou pela
porta.
"Charlie está envolvido nisso?", eu
perguntei com os dentes trincados.
"É claro", ele deu um sorriso largo.
Eu estava preocupada, então eu não reparei antes. Eu
estava apenas vagamente consciente de um carro prateado, e eu presumiu que
fosse o Volvo. Mas aí ele se abaixou tanto pra me colocar dentro dele que eu
pensei que ele ia me sentar no chão.
"O que é isso?" Eu perguntei surpresa por
me encontrar dentro de um conversível estranho. “Onde está o Volvo?”
“O Volvo é o meu carro de todo dia", ele me
disse cuidadosamente, com medo que eu tivesse outro chilique. "Esse é um
carro pra ocasiões especiais".
"O que Charlie vai pensar?" Eu balancei a
minha cabeça desaprovando enquanto ele entrava e ligava o motor. Ele ronronou.
"Oh, a maior parte da população de Forks acha
que Carlisle é um ávido colecionador de carros", ele acelerou pela
floresta em direção á estrada.
"E ele não é?"
"Não, esse é mais o meu passatempo. Rosalie
coleciona carros também, mas ela prefere brincar com seus interiores a andar
neles. Ela fez um monte de modificações nesse aqui pra mim".
Eu ainda estava me perguntando por que estávamos
voltando para a casa de Charlie quando nós paramos na frente dela.
A luz da varanda estava acesa, apesar de não estar
completamente escuro ainda. Charlie devia estar esperando, provavelmente
espiando pelas janelas agora. Eu comecei a corar, imaginando qual seria a
primeira reação do meu pai ao ver um vestido similar ao que eu estava usando.
Edward andou pela frente do carro, devagar pra ele,
pra abrir a porta pra mim - confirmando as minhas suspeitas de que Charlie
estava observando.
Então, enquanto Edward estava me tirando do pequeno
carro, Charlie - muito descaracteristicamente - veio nos receber no quintal.
Minhas bochechas queimaram; Edward percebeu e olhou pra mim questionando. Mas
eu não precisava ter me preocupado. Charlie nem olhou pra mim.
"É um Aston Martin?", ele perguntou com
uma voz reverencial.
"Sim - o Vanquish" Os cantos da boca dele
se contorceram, mas ele se controlou.
Charlie soltou um assobio baixinho.
"Quer dar uma chance a ele?" Edward
levantou a chave.
Os olhos de Charlie finalmente deixaram o carro. Ele
olhou pra Edward sem acreditar - iluminado por uma pontada de esperança.
"Não", ele disse relutante. "O que o
seu pai iria dizer?"
"Carlisle não vai se importar nem um
pouco" Edward disse sinceramente, sorrindo. "Vá em frente". Ele
pressionou a chave na mão ansiosa de Charlie.
"Bem, só uma voltinha rápida..."
Charlie já estava alisando a maçaneta com uma das
mãos.
Edward me ajudou a ir tropeçando até a porta, me
pegando no colo assim que estávamos do lado de dentro, e me carregando até a
cozinha.
"Isso funcionou bem", eu disse. "Ele
nem teve uma chance de enlouquecer por causa do vestido".
Edward piscou, "Eu não tinha pensado
nisso", ele admitiu. Os olhos dele analisaram o meu vestido de novo com
uma expressão crítica. "Eu acho que é bom nós não estarmos na caminhonete,
seja ela um clássico ou não".
Eu tirei os olhos do rosto dele sem vontade por
tempo suficiente pra perceber que a cozinha estava estranhamente escura.
Havia velas na mesa, muitas delas, talvez vinte ou
trinta velas altas, brancas. A mesa velha estava escondida por uma toalha
longa, branca, assim como as duas cadeiras. "Foi nisso que você esteve
trabalhando hoje?"
"Não - isso só levou meio segundo. Foi a comida
que levou o dia inteiro. Eu sei que você acha que restaurantes chiques são
subjugadores, não que existam muitos restaurantes que se encaixem nessa
categoria aqui, mas eu decidi que você não podia reclamar da sua própria
cozinha".
Ele me sentou em uma das cadeiras cobertas de
branco, e começou a tirar coisas do forno e da geladeira. Eu percebi que só
havia um lugar posto.
"Você não vai alimentar Charlie também? Ele vai
ter que voltar pra casa alguma hora".
"Charlie
não agüentaria comer mais nada - quem você acha que experimentou tudo pra mim?
Eu tinha que ter certeza de que estava comestível". Ele colocou um prato
na minha frente, cheio de coisa que pareciam muito comestíveis.
Eu suspirei.
"Você ainda está com raiva?" Ele puxou a
outra cadeira do outro lado da mesa pra poder se sentar perto de mim.
"Não. Bem, sim, mas não exatamente nesse
momento. Eu só estava pensando - lá se vai, a única coisa que eu sabia fazer
melhor do que você. Isso parece ótimo" eu suspirei de novo. Ele gargalhou.
"Você ainda não experimentou - seja otimista, talvez esteja horrível”. Eu
dei uma mordida, pausei, e fiz uma careta.
"Está horrível?", ele perguntou chocado.
"Não, está fabuloso, naturalmente".
“Isso é um alívio", ele sorriu, tão lindo.
"Não fique preocupada, ainda tem muitas outras coisas que você faz
melhor".
"Diga só uma".
Ele não respondeu no início, ele só passou levemente
o seu dedo gelado na linha do meu osso da clavícula, me olhando nos olhos até
que eu senti a minha pele queimar e ficar vermelha.
"Há isso", ele murmurou, tocando o rubor
nas minhas bochechas. "Eu nunca vi alguém corar tão bem quanto você".
"Maravilhoso", eu fiz uma carranca.
"Reações involuntárias - uma coisa da qual eu posso me orgulhar".
"Você também é a pessoa mais corajosa que eu
conheço".
"Corajosa?", eu zombei.
"Você passa todo o seu tempo cercada de
vampiros; isso requer alguns nervos. E você não hesita em se colocar em perigosa
proximidade dos meus dentes..."
Eu balancei a minha cabeça. "Eu sabia que você
não ia encontrar nada".
Ele riu. "Eu estou falando sério, sabe. Mas não
importa. Coma". Ele pegou o garfo de mim, impaciente, e começou a me dar a
comida na boca. A comida estava perfeita, é claro.
Charlie chegou quando eu estava quase terminando. Eu
observei o rosto dele cuidadosamente, mas a minha sorte estava com tudo, ele
estava muito deslumbrado com o carro pra reparar em como eu estava vestida. Ele
jogou as chaves de volta pra Edward.
"Obrigado, Edward", ele disse sonhador.
"Aquele sim é um carro".
"De nada".
"Como é que foi?" Charlie olhou pro meu
prato vazio. "Perfeito", eu suspirei.
"Sabe, Bella, eu acho que você devia o deixar
praticar cozinhar pra gente de novo uma hora dessas", ele sugeriu.
Eu dei uma olhada obscura pra Edward. "Eu tenho
certeza que ele vem, pai". Não foi até que chegássemos na porta que
Charlie acordou completamente. Charlie estava com o braço na minha cintura, pra
me equilibrar e me apoiar, enquanto eu mancava no sapato instável.
"Umm, você parece... bem adulta, Bella",
eu podia ouvir o início das suas desaprovações de pai aparecendo.
"Alice me vestiu. Eu não tive a oportunidade de
dizer muita coisa". Edward riu tão baixo que só eu pude ouvir.
"Bem, se Alice..." ele parou, um pouco
maleável. "Você está bonita, Bells", ele pausou, com um leve brilho
nos olhos. "Então, será que eu devo esperar mais jovens de smoking
aparecendo por aqui essa noite?"
Eu gemi e Edward riu silenciosamente. Como alguém
podia ser tão cego como Tyler, eu não podia saber. Não era como se Edward e eu
fizéssemos segredo na escola. Nós chegávamos e íamos embora juntos, ele meio
que me carregava até as salas de aula, eu me sentava com ele e sua família
todos os dias no almoço, e ele também não era muito tímido em relação a me
beijar na frente de testemunhas. Tyler claramente precisava de ajuda
profissional.
"Eu espero que sim", Edward sorriu pro meu
pai. "A geladeira está cheia de sobras - diga pra eles se sentirem á
vontade".
"Eu acho que não - elas são minhas",
Charlie murmurou.
"Pergunte os nomes por mim, Charlie", o
traço de ameaça na voz dele provavelmente só era audível pra mim.
"Oh, já basta!", eu ordenei.
Graças á Deus, nós finalmente entramos no carro e
fomos embora.

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